A Arte em Vila Nova de Gaia

Além da panorâmica geral sobre a produção artística em Vila Nova de Gaia, contida na realidade que foi possível captar, há nesta obra inéditos que poderão enriquecer aquilo que é notório no património artístico. Apontam-se os painéis de azulejo que José Joaquim Teixeira Lopes pintou para a igreja de São Vicente, em Braga, autoria até hoje desconhecida. O primeiro, de oito, foi cozido na Fábrica da Devesas e exposto no Porto, em 1873. Trata-se duma revelação cuja ignorância tinha intrigado os especialistas na matéria. Podem-se, ainda, salientar pinturas de Diogo de Macedo e desenhos de Soares dos Reis e obras identificadas de António Teixeira Lopes.

Nesta obra foi também destinado um capítulo aos cultores da arte da madeira. Neste aspecto, a freguesia gaiense de Avintes é uma caso singular, no concelho. Será mais um testemunho não só da vitalidade do rio Douro como meio de comunicação, mas também duma influência profissional fortalecida pela vizinhança do território.


P. Manuel Valente de Pinho Leão nasceu em Milheirós de Poiares (Santa Maria da Feira) a 25 de Agosto de 1920. Após frequentar os Seminários do Porto é ordenado padre em 8 de Agosto de 1943. Junto do tio padre José Leite Dias de Pinho, em Oliveira do Douro, inicia o serviço pastoral. Vila Nova de Gaia seria o lugar permanente da sua dedicação ao ensino, como professor desde a ordenação e Director (1946-1992) do Colégio de Gaia, obra diocesana que ampliou com equipamentos condignos e ilustrou com o seu saber, particularmente em Inglês e Literatura portuguesa. O campo da educação constituiu a sua paixão até ao fim da vida, seja na criação da Escola Profissional de Gaia, seja do Instituto Superior Politécnico, em 1990. Impulsionou obras sociais, sendo representante da Diocese na “Obra do Padre Luís” (desde 1982) e deu novo vigor à Confraria do Monte da Virgem, dados os seus dotes de excelente gestor. Essa qualidade justificou a escolha como membro do Conselho de Assuntos Económicos Diocesano, entre 1986 e 1991. Publicou, nos últimos anos, vários livros resultantes de uma investigação sobre fontes de Arquivo, sobre história da arte. No Colégio do Sardão, onde viveu, como capelão, era muito procurado como conselheiro.
Criou a Fundação Manuel Leão (1996), à qual legou os seus bens, com finalidades culturais (sobretudo de teor pedagógico e artístico) e assistênciais. Viajante pelas quatro partes do mundo, partiu para a última viagem a 24 de Setembro de 2010.


Ficha técnica
Título: A Arte em Vila Nova de Gaia
Autor: Manuel Leão
Editor: Fundação Manuel Leão
Coleção: Artes & Artistas
Número de edição: 1
Ano de Edição: 2005
N.º de páginas: 264
ISBN: 972-97155-4-8
Dimensões: 275×235 cm

40,00