A paixão de S. Lourenço

A obra – bastante exigente seja pela força inspiradora do tema, seja pela estrutura muito articulada, seja pela sua efusão passional que se dilata com alguma reiteração e prolixidade – constitui uma das provas teatrais mais altas deste frade servita. Um texto que lhe era particularmente caro, como posso testemunhar pessoalmente por causa da minha intensa ligação de amizade com P. David, uma ligação que deu origem também a obras escritas em conjunto. Por isso, quero concluir deixando-lhe a palavra, citando alguma frase da “premissa” destinada por ele à primeira publicação do drama ocorrida em 1961 (o texto foi reeditado em 1978 e em 1999). Eis algumas das suas palavras ardentes, como era o seu estilo, sobretudo quando o argumento era o da pobreza que deveria ser sempre a sigla dominante da Igreja. É um pouco quanto, nos nossos dias, é testemunhado pela mensagem do papa Francisco, um pontífice que vem da terra latino-americana tão amada por Turoldo.
Do prefácio

David Maria Turoldo (1916-1992) foi um religioso e poeta italiano da Ordem dos Servos de Maria. É considerado por alguns pensadores como um dos representantes mais importantes de uma mudança de catolicismo na segunda metade do século XX.

Gianfranco Ravasi (1942-) é cardeal católico italiano, teólogo, um profundo estudioso da bíblia e hebraista. É presidente do Pontifício Conselho para a Cultura no Vaticano, da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra e do Conselho de Coordenação das Academias Pontifícias.

D. Carlos Alberto de Pinho Moreira de Azevedo (1953-) é bispo titular de Belali e entre 2005 e 2011 exerceu as funções de Bispo-auxiliar do Patriarca de Lisboa. Foi Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social e membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. Foi o coordenador da Viagem Apostólica a Portugal de Bento XVI, entre 11 a 14 de Maio de 2010. A 11 de Novembro de 2011 foi nomeado Delegado do Conselho Pontifício para a Cultura.

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